segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Uso do cinto é determinante para airbag cumprir função

Um piscar de olhos é o que melhor ilustra o tempo entre a abertura do airbag e o início do seu desinflar. A operação dura 30 milésimos de segundos, graças à “explosão” da bolsa em uma velocidade média de 300 km/h. O sistema, que funciona como um complemento do cinto de segurança, começa a se popularizar no Brasil e, em 2014, será obrigatório nos carros novos. Mas exige cuidados para cumprir sua função.

O primeiro passo é entender como a tecnologia funciona. Muitas pessoas acham que em qualquer batida, principalmente as fortes, o airbag tem de abrir, obrigatoriamente. Mas não é bem assim. O gerente técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), Marcus Romaro, afirma que a abertura depende de quanto o carro desacelera no impacto, e não da deformação. A densidade dos veículos e objetos envolvidos na colisão também influenciam.

''Você se machucou na batida? Se não, é porque não era para o airbag ser aberto'', diz Romaro, explicando que normalmente o airbag funciona em colisões que causam perda total no carro. ''Ele é um complemento do cinto, mas em mais de 90% dos casos somente o cinto já garante a segurança'', acrescenta.

''Radiador partiu, mas airbag não abriu''

Foi o que aconteceu com o supervisor de manutenção elétrica e automação Avelar Neco Viveiros. O seu carro, uma Kia Sportage, sofreu uma colisão frontal com outro carro em uma estrada de Goiânia (GO), a uma velocidade de cerca de 100 km/h, segundo ele. ''Uma Parati sem iluminação entrou na minha frente. A batida partiu no meio o radiador'', conta. Mesmo assim, os airbags frontais não abriram. Viveiros e sua mulher estavam com os cintos e ninguém se machucou.

O ângulo da batida também determina o funcionamento do equipamento. O colaborador do comitê de veículos leves da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Sergio Ricardo Fabiano, explica que as bolsas frontais abrem quando a batida ocorre em determinado ângulo da parte dianteira, assim como as laterais só abrem em colisões laterais. ''Se bate na lateral, os airbags frontais não abrem. Os airbags de cortina, por exemplo, só abrem em caso de capotamento'', explica.

Reação química
A ''explosão'' do airbag é, na verdade, uma reação química controlada por um módulo de abertura. Tal componente capta a desaceleração do veículo e “determina” a abertura por meio de um cabo de energia que faz a ligação do módulo com a bolsa. Ele emite uma corrente elétrica que ativa uma massa química formada por dois gases. Quando eles entram em contato, acontece a explosão controlada.
''A expansão da bolsa é a velocidade de propagação do gás formado nesta reação'', descreve Romero, do Cesvi. O elemento resultante é o nitrogênio, ou seja, não é prejudicial à saúde. O pó que sobe após a abertura é um tipo de talco, usado para o material da bolsa não grudar enquanto ela estiver dobrada no compartimento do carro.

Posição correta para não se machucar
Como se trata de uma explosão, os ocupantes de veículos com airbag devem ter cuidado redobrado com a postura dentro do carro. A mais importante delas é o uso do cinto de segurança. Obviamente, ele é indispensável em qualquer situação, mas nos carros com as bolsas protetoras, a pessoa que estiver sem cinto pode se machucar ainda mais. ''Achar que pode usar o airbag sem cinto é o erro mais grave'', destaca Romaro. Isso porque a proporção da abertura do airbag é calculada levando em conta o trabalho do cinto de segurança, que segura, e muito, o corpo.

O perigo aumenta no banco de trás, onde normalmente as pessoas ''esquecem'' de colocar o cinto. ''Hoje muitos modelos importados possuem airbag traseiro'', destaca Romaro. Outro aspecto importante é o posicionamento do banco em relação ao volante ou painel. O gerente técnico do Cesvi ressalta que o corpo deve estar distante, no mínimo, 20 cm em relação à direção. Já o passageiro do assento dianteiro deve estar o mais longe possível do painel: pés apoiados no porta-luvas, nem pensar. ''A postura errada pode causar lesões gravíssimas'', alerta Fabiano, da SAE.

As mãos devem ficar na posição ''dez para as duas'', como os ponteiros do relógio, e os braços não podem estar totalmente esticados. ''Se o airbag infla, ele empurra sua mão para fora, o que pode causar sérias lesões'', ressalta Romaro.

Baixinhos e usuários de óculos
Além de ser proibido por lei, o uso de cadeirinha de criança no banco da frente é mais perigoso em veículos com airbags. Crianças abaixo de 10 anos e pessoas baixas também correm riscos com airbags frontais. ''Mas as novas gerações do sistema não trazem problemas a pessoas pequenas, pois a tecnologia permite calcular o peso do passageiro, e assim, controlar a intensidade da abertura e até mesmo se não deve abrir'', explica Romaro.

Dentre tantas especificações, os especialistas ressaltam que as pessoas que usam óculos não precisam se preocupar, caso sigam corretamente as indicações, como se manterem a uma distância mínima do dispositivo. ''Essa história de que o airbag machuca o rosto de quem usa óculos é um mito'', ressalta o gerente técnico do Cesvi.

Se o airbag abriu, tem que trocar
O sistema do airbag não exige cuidados periódicos com manutenção. Em média, as montadoras pedem para substituí-lo a cada dez anos. No entanto, todo o sistema é controlado eletronicamente e, em caso de problema, ele será indicado por uma luz no painel.
''Se a luz indicadora do airbag acende e apaga quando se liga o carro, está tudo bem. Mas se o carro andar e ela continuar acesa, é preciso levar o carro a uma oficina ou concessionária para saber qual é o defeito'', explica o engenheiro Fabiano. ''É importante sempre ler o manual do proprietário e seguir as indicações.''

Caso o veículo sofra um acidente e o airbag entre em funcionamento, aí sim será preciso trocar todo o sistema, o que inclui módulo, bolsas de ar, cabo, chicote, painel e volante, entre outros itens envolvidos na região afetada pela colisão.

O custo depende de cada montadora e modelo, assim como o valor da mão de obra. No entanto, se considerar somente a troca da bolsa, módulo de abertura e cabo de um carro de entrada o conserto sairá, em média, por R$ 2 mil.

Porém, antes de começar a calcular o prejuízo, Romaro relembra que normalmente os airbags são acionados em caso de perda total do veículo, pois são batidas extremamente violentas, em que somente o cinto não consegue proteger as pessoas.

Fonte: G1

sábado, 7 de agosto de 2010

Mototaxi agora é realidade



Caros amigos,

Agora é pra valer! O Brasil já conta com uma regulamentação para a atividade de mototaxista, medida esta, tão esperada por diversas prefeituras país afora, bem como tão indigesta para outros setores, especialmente os de transporte público de passageiros, principalmente por ônibus.

O CONTRAN depois de editar a Resolução 350 que define o curso a ser realizado pelos futuros ou atuais profissionais mototaxistas, publicou na última quarta-feira (04 de agosto), a Resolução 356 que cria diretrizes para o funcionamento da atividade. Aparador de Linha, mata-cachorro, coletes retrorefletivos são alguns dos ítens que serão cobrados pra se exercer tal atividade.

Maiores informações podem ser encontradas no www.denatran.gov.br

Saudações sustentáveis!


www.carlosaugustoelias.com.br

Municipalização de trânsito é realidade apenas em 14% das cidades brasileiras

Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgada no último dia 30 de julho, mostra que entre os 5.241 municípios brasileiros, apenas 748 adotaram a municipalização do trânsito. A maior parte da frota brasileira está concentrada nesses municípios, mas o desafio maior é inserir a administração do trânsito nas cidades menores. Os dados da pesquisa apontam atualizações sobre o processo de municipalização do trânsito no Brasil, mas a evolução é tímida e revela que muitos não tem o menor interesse em implantar o sistema.

Após a integração ao Sistema Nacional de Trânsito, o município assume a responsabilidade de planejamento, projeto, operação e a fiscalização das vias municipais. Isso significa que o órgão responsável passa a desempenhar tarefas de sinalização, fiscalização, aplicação de penalidades e educação de trânsito.

O método é legal, está contemplado no Código de Trânsito Brasileiro e consiste na responsabilização do município de aproximadamente 21 atribuições. No entanto, a realidade dos números exibidos pela CNM questiona: essa tendência é benéfica para qual perfil de centros urbanos?

Neste cenário, foram desenvolvidas várias formas de gestão. Segundo o estudo da CNM, a maioria das cidades criou um departamento e conta com o suporte estadual para fiscalização, equipe técnica ou consórcio entre municípios. Entretanto, dos municípios ainda não integrados, 44% informou não possuir qualquer interesse na municipalização. Com relação à estrutura real, a presença de uma equipe de engenharia de trânsito não parece ser a realidade da maioria dos municípios: 56% afirmaram não possuir uma equipe técnica. Apenas 320 municípios disseram possuir esse serviço.

Dentro dos casos bem sucedidos, está Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande, Rudel Espíndola, ''A municipalização obriga a se estruturar, compreendendo realmente o trânsito. Foi apurado que a população reclama muito do setor, assim, se os municípios não se adaptarem, ficam descompassados com a demanda'' contextualiza.

Ainda segundo Espíndola, não é qualquer município que tem estrutura para formalizar a gestão da mobilidade urbana. ''Acredito que cidades com 50 mil habitantes já devam pensar na transição'', pondera.

Na contramão dos cases de sucesso, estão os municípios que não tem estrutura, nem autossuficiência para organizar o próprio trânsito, mas encaram esta necessidade. Para o Presidente da Comissão de Direito de Trânsito da OAB/PR, Marcelo Araújo, a iniciativa, após 17 anos de discussão, ainda não é concreta. ''Essa discussão se iniciou em 1993, porque grandes municípios, como São Paulo, Rio de Janeiro e até Curitiba já seguiam essa tendência de assumir as competências da mobilidade. Só que os municípios menores, que buscaram essa municipalização, tinham a visão de geração de renda'', pondera.

A pesquisa da CNM também mostra que a maior parte dos municípios afirmou estar arrecadando valores com as multas de trânsito – 668 (89%). Desses, 643 disseram que aplicam esses recursos no trânsito municipal (96%). Apenas 19 disseram gastar os valores recolhidos com multas com outras despesas da prefeitura. No entanto, 527 afirmaram que esses recursos arrecadados não são suficientes para as despesas de trânsito (79%). Outra pequena parte (115 municípios) disse que esses recursos são suficientes.

Assim, os municípios menores acabam tendo mais gastos do que a arrecadação, o que criou o termo “desintegração”, que implica numa espécie de retrocesso – quando o município desmancha sua estrutura voltada para o trânsito. Para o advogado Marcelo Araujo, ''esse é o exemplo vivo de que a proposta ainda não é realidade: a municipalização não é optativa, mas obrigatória. E, infelizmente não está sendo boa, não está atingindo aquilo que foi vendido em 1993. Estamos há 17 anos discutindo esse assunto que ainda não se materializou. Dizer que isso foi uma vitória é um erro'', conclui. DADOS CMN E DENATRAN: A coleta de informações da Confederação Nacional dos Municípios apresenta dados diferentes dos informados pelo Departamento Nacional de Trânsito, o DENATRAN - responsável pela regulamentação e controle do trânsito no país.

Em ambas as pesquisas, os estados com mais municípios integrados são, em ordem crescente São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – no entanto, os números de cidades diferem. Respectivamente, a primeira pesquisa expõe 212, 166 e 38, a segunda informa 253, 158 e 57.

Segundo a assessoria de imprensa do Denatran, os dados diferem, pois as informações do órgão não se referem à pesquisa, mas aos processos de municipalização aprovados pelo Departamento.

Fonte: Perkons